Janet achou que devia ser o dia mais quente de todos. Ela vinha pensando a mesma coisa todos os dias há semanas, mas era realmente horrível. De manhã, a fina coluna vermelha de mercúrio no termômetro do lado de fora da farmácia da vila marcava 43 graus Celsius.
O tempo estava quente como se estivesse abafado dentro de um tambor. O céu estava esticado sobre o vale como a pele brilhante de um tambor, e a terra dura e quente também estava esticada. Logo, o céu escureceu gradualmente, e o estrondo de um trovão soou, como uma grande mão batendo no tambor. Nuvens espessas se acumularam sobre os montes, e relâmpagos brilharam, mas não choveu. Esse tipo de clima perdurou por muito tempo. Todas as noites, depois do jantar, o pai de Janet saía de casa, olhava para o céu e depois para seu milharal e sua plantação de aveia. "Não", ele continuava balançando a cabeça, "não vai chover esta noite." A aveia amarelava cedo, e as folhas do milho estavam secas e quebradiças. Quando o vento seco soprava, elas faziam um farfalhar como o de jornal. Se não chovesse, quanto mais se colhesse milho, até mesmo a aveia só poderia ser cortada e usada como feno.
Garnet olhou com raiva para o céu imóvel e acenou com o punho.
"Meu Deus!" ela gritou, "por que você não nos dá um pouquinho de chuva a tempo?" Nuvens de poeira voavam no ar enquanto ela andava descalça e caíam em seu cabelo e nariz, causando coceira.
Garnet tem nove anos e meio, é esbelta, tem olhos castanho-esverdeados, cabelo cor de caramelo preso em duas tranças e algumas sardas no nariz reto. Ela usa um macacão azul que não chega aos joelhos e assobia baixinho com a boca, como um menino, sem pensar, esquecendo a raiva que sente do céu.
Altos pinheiros em cinza escuro
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